quarta-feira, 12 de novembro de 2008


Toquei-lhe ao de leve com o indicador. Como se fosse um sinal. Uma varinha carregada de magia.
Foi assim que senti.
Focado na intenção do toque, tardei a perceber que a energia que me percorria era de uma suavidade que só conhecera em pétalas, ou nas carícias do mar quente do indico.
Toque com toque.
Percorri suavemente, ainda mais suavemente que antes, a textura da pele escondida na ganga até sentir o calor do forno da paixão. E parei. Apenas o movimento. Corri pelas veias em louca e desenfreada sensação que me trouxe ao rosto o vermelho da cumplicidade.
Sem que olhasse, vi o bafo quente da sua alma gravar no vidro um grito de prazer amordaçado pelo impacto da ousadia.
E fugi.
Fugi para as palavras que jamais explicariam o impulso e a loucura.
Parei. Parti.

Como as aves em migração senti que podia um lar. Mas segui a viagem com medo de não ser o ambiente da espécie, ou o ninho da minha alma.

Voltando terei abrigo?
Por magia, talvez.
Espero o sinal. Um indicador. Um toque.

1 comentário:

Sissa disse...

Já conversámos sobre os círculos abertos e fechados. Eu acredito q todos os círculos precisam de ser fechados para seguirmos em frente. Acredito também que a hipótese de os fechar aparece sempre, corra o tempo que correr. Parece-me a mim que aí está um círculo que precisa ser fechado, independentemente da forma como o vai fazer...