quarta-feira, 12 de novembro de 2008


Hoje sou vento.
Vou livre em frente. Os obstáculos mudam-me a direcção, mas não a meta.
Vezes sem conta que me enfureço para os contornar.
E outras que danço, rodopio á sua volta e sugo-os no meu conte.
Mas outras sou brisa e refresco.
Vejo o mundo de cima, belo como é. O feio misturo-o com as folhas das arvores. Cinzento como se mostra trago-lhe agarrada a chuva e lavo-o tentando purificá-lo.
Hoje sou vento que uiva.
Levo nas nuvens que empurro noticias do sol.
Canto nas esquinas, vergo as arvores a beijarem a terra.
E tudo isto, de ser vento, pelo gozo indescritível de esvoaçar os teus cabelos.
Levantam-se em respeito por mim e mostram a tua pele de seda, os teus olhos de mar, o teu sorriso de flor de laranjeira.
Para ti, hoje é sempre. E eu serei vento

Sem comentários: