domingo, 7 de junho de 2009

Silêncio!


Silêncio!
Vejo pelo ecrã do televisor do metro as formigas de todos os dias a correrem de dentro para fora e de fora para dentro num frenesim louco para a tortura diária do trabalho, da tarefa, da obrigação, do social.
Em silêncio!
Vejo os carros rodarem entre si nas rotundas que fazem circular as cidades, formigas de todos os dias, de cá para lá, ou para lado nenhum, circulando apenas que parar pode ser fatal.
E fico em silêncio!
Vejo do parapeito da minha janela, aviões que aterram e outros que levantam, carregados de formigas de todos os dias, a caminho de algures ou vindo de qualquer lado, fazendo vidas distantes ansiosos de viverem por perto.
E silêncio o olhar!
Caminho nos passeios da cidade, em gincanas entre formigas de todos os dias, em contramão fugindo do cu do funil, ou correndo para a boca da corrente.
E silencio o meu choro!

Tenho saudades das alturas!
Tenho saudades dos beijos nas nuvens!
Tenho saudades das águas cristalinas que descem a montanha aos sons celestiais.
Tenho saudades dos amenos ventos que rodopiam os corpos e levam as seivas para as férteis terras longínquas.
Tenho saudade dos gritos do amor.
Tenho saudades do semicerrar dos olhos na esperança de ao abri-los tudo ser verdade!

Tenho uma ensurdecedora e gritante ansiedade de sair deste silêncio!

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