terça-feira, 29 de setembro de 2009

Alma Pátria


As mãos passaram da face para o cabelo entrelaçando os dedos nos seus cabelos.
Tinham os olhos fechados. Nem uma palavra.
Os seus lábios tocaram, ao de leve os seus lábios húmidos.
Desceu as mãos até aos primeiros botões da sua blusa e descasou-os.
Uma a uma, com a precisão de um bisturi, afastou as metades da blusa e ficou com o seu peito quase nu frente ao seu.
Abraçou-a com ternura e soltou-lhe as amarras do soutien sentindo o toque mágico do encontro dos seus peitos.
Estavam numa outra dimensão.
As mãos estão agora a descer ás ancas, a afagarem as nádegas, a misturarem-se na ganga.
Deitou-se sobre o leito, em câmara lenta, fotograma a fotograma.
Beijou-a de novo, agora nos mamilos rijos que antes lhe pressionavam o peito e dificultavam a respiração.
De longe sentiu a sua respiração tornar-se mais audível e ofegante.
Os seus lábios corriam pela pele abaixo da esquerda para a direita da direita para o centro perdendo-se a contornar o umbigo.
Primeiro o fecho eclair da ganga, depois a própria ganga, desceram com o seu corpo e caíram bruscamente no chão. De onde partiram de novo os seus lábios que de pé em pé subiram pelas pernas, primeiro uma depois outra.
Sentiu que o corpo desta mulher se mexia e remexia, contornado o prazer e o alucinante prazer que esta paixão lhe provocava.
Quase nus, e ainda de olhos fechados, uniram os corpos.
Havia ainda umas cuecas para arrancar, uma cama para rebolar um amor por concluir.
De repente colocou-lhe a mão no centro do peito e chorou.
Era ali que o seu amor crescia, no coração da sua amada que batia descontrolado e crescia de intensidade.
Beijou-o uma e muitas vezes.
Segredou-lhe que a sua beleza interna não seria nunca superada pela paixão da carne e deixou que a sua mão se afogasse na sua intimidade captando gemidos cada vez mais cadenciados.
Já completamente nus penetrou a sua alma e ejaculou vida no seu útero.
Beijou-lhe agora os grossos lábios, sugou-lhe o clítoris e gritou amor em palavras.
Limparam as gostas do suor da carne, embrulharam-se em lençóis de cetim e ficaram num corpo só, dormitando sobre a fé de um futuro infinito.

Quando abriram os olhos estavam ainda deitados na relva, frente ao rio, a falar do amor impossível, do futuro finito e da impossibilidade de viajar no tempo e alterar a ordem da criação.
Magoava-os o impossível.
Lacerados viraram as costas, e gravaram nas nuvens o amor que a carne jamais saberia.
Há momentos em que as almas se divertem a brincar ás pessoas!

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